"DE DISPENSADOS AO ESTRELATO"
Por: Jorge Cunha Chingui
Há alguns meses, denunciei aqui a ingratidão de certos clubes para com jogadores que um dia deram tudo em campo. Hoje, volto a fazer justiça futebolista, contando uma história que nos toca profundamente. Ediberto “Capocada” Capoco, nome que poderia muito bem figurar entre as lendas do clube onde começou a sua caminhada, foi simplesmente descartado no momento em que mais precisou. Um jogador que vestiu com orgulho a única camisola da sua infância até à juventude, sempre se entregando de corpo e alma. Um capitão sem braçadeira desde o berço, incansável e sempre alegre. Ignorado por egos e interesses, foi deixado para trás por quem deveria tê-lo valorizado.
Mas o futebol, esse sim, sabe ser justo. E foi então que surgiu Mister Silva Kussanda Kussanda, que, por conhecer de perto o balneário e os valores humanos, soube reconhecer o talento onde muitos “visionários sem visão” não conseguiam ver.
Mister Silva, tens-nos mostrado que os resultados não vêm apenas de diplomas, mas da coragem de apostar na prata da casa. A tua ousadia em valorizar os nossos jovens locais reacendeu sonhos e devolveu dignidade a muitos. Graças a ti, hoje, muitos não precisam fugir para outras províncias para serem notados. Tu mostraste que é possível realizar sonhos a partir da base.
O nosso muito obrigado por tirares do anonimato nomes como Vale, Bito, Bruno e Lúcio. Bito, Txiöh Väle e Lúcio, independentemente do desfecho desta temporada, saibam que o vosso percurso tem sido uma inspiração para os mais novos. Continuem a lutar, a honrar cada treino, cada gota de suor, cada jogo. Porque às vezes, tudo o que precisamos é de alguém que acredite. E vocês, agora, são prova viva de que a superação é possível quando o talento encontra oportunidade.